16 de junho de 2008

Tenho o mundo nas mãos
Na palma pequena
Da alma serena...

Do tamanho do chão
Esse mundo cão
Mundo cão!!!

Sofro o sopro do vento
Me chove um cortante fél
Um sereno, soturno, ao relento
Mundo vadio, sádico, cruel?

Não. É. Não!
É o tamanho do mundo
Um vazio profundo
Apenas um mundo cão...
Por detrás do olhar se escondem cores:
amarelas, azuis, violetas.
Um olhar multicolorido que transpaça
alma, retina, gestos e objetos...
Pra ser olhar arco-íris,
pinta-se e faz-se aquarela.
Macha lápis, mancha tinta, vira tela.
"Descolorizando" é que fica iluminado.
É misturando tons que cria-se a visão
tonalizada, salpicada de pinceladas diversas.
Abra os olhos e absorva: vê?
amarelas, azuis, violetas...
E acontece que você assiste aquele filme que te deixa mais vulnerável ao sair da sala escura.
E se sente pequeno e solitário em meio àquela multidão de pessoas.
E ainda cai uma chuva fina e desce um frio triste...
A cama não fica quente o suficiente.
A casa pouco aconchegante.
A comida sem gosto.
O livro em branco.
A tela azul, sem imagem: inanimados...
E o choro engasga.
E nem se sabe o porquê!
E tudo por um filme.
E tudo por nada...
Ou é tudo?
E...
Ainda bem que nunca precisei me trancar no quarto para chorar por uma besteira;
Ainda bem que nunca fiquei tão "lisa" que tenha pedido empretado;
E nem tido ciúmes dos amigos;
E nem "xeretado" as coisas do namorado;
E nem ter entendido nada, mas fingido que entendi tudo;
E nem jogado papel na rua (como se não fosse da minha conta)...
E nunca ter sido injusta;
Nem orgulhosa...
Nunca tenha mentido.
Ainda bem que essa história de conto de fadas, de pinóquio, não existe...
Ainda bem.