12 de fevereiro de 2009

Insônia Mim-metizada

Ah! Agora essa insônia de mim mesma, que chega as quatro da manhã. E de mim mesma não há como fugir; não dessa forma, que me força a olhar (nessa madrugada!), pra trás, pra frente e pro chão.
Joga na cara os dias esquecidos e vai vencendo, a cada neurônio, o cansaço do corpo em repouso. Não resisito mais! Penso...
E começo pelo ontem: passado precoce, presente ainda (dessa vida em curta, curta vivida), que se confunde entre o soluço do que foi e o sorrisinho de canto de lábio que começa a ser.
Agora sorrio. Aos cantos.
Ter medo de sorrir? Sorrir por completo? (Desperto totalmente, a cama me expulsa).
Sorrisinho de canto de lábio, sim!
Quisera eu não ter medo do presente em decorrência do passado. Quisera ter um estilo chistoso, viver o hoje e ponto. Quisera tantas coisas!...
Essa insônia que é incoveniente, vem me lembrar desse meu modo de sorrir, me fazer incômoda, sem lugar. Modo esquisito, modo torto e... Que mal há nisso? De canto do lábio, mas melhor que nada (?) ... * Pausa e vazio.
É preciso dormir, cansei de mim por hoje, por essa madrugada. E no mais, haverá carnaval: de auto-piedade e serpentina, sorriso "xoxo" e confete, insônia e pierrot...

10 de fevereiro de 2009

Tem palhaço que dá medo
Pinta a cara em cor viva
Mas o olhar continua morto
Faz graça, estripulia, rodopia
Mas olha feio, olha torto, olha cortando
E eu, decifro é pelo olhar
Ouço, falo, sinto amor, medo - só pelo olhar
E todos são (...). Somos assim!
Abram as cortinas
Entrem os malabaristas, as dançarinas
Corram pelo palco e me façam rir
Mas não tragam os palhaços
Não aqueles...
Os de olhos macambúzios, sanguinários;
Os que me dão medo.
Eles...
Gosto quando silenciosamente observo o jeito único de dormir com a cabeça enfiada por baixo do travesseiro e quando solta murmúrios engraçados e indecifráveis oriundos desses sonhos que nunca nos lembramos ao acordar.
Quando acha graça e não disfarça a lisonja ao perceber o ciúme por alguma situação boba e sem dizer nada, beija minha testa demoradamente, como que penetrando em meus pensamentos e transmitindo toda a confirmação do sentimento que necessito naquela hora.
E quando aquela receita de strogonoff sai mais parecida com sopa de carne congelada, torna-se um ator de primeira linha (ainda que entre caretas contorcidas) e come, (bravamente) até a última e abençoada garfada!
Quando vem a discussão e o orgulho prevalece, sutilmente inventa desculpas mirabolantes para voltar a conversar, amenizar o clima, como: "Você viu minhas chaves?". Mesmo sabendo que elas continuam (e nunca saíram), no mesmo lugar de sempre.
Quando se deixa ser roubado em um pedaço de pizza, pois, convenhamos: do prato do outro é sempre mais gostoso!
Quando rimos, quando choramos, quando achamos que nada valeu à pena (quando percebemos que isso não é verdade), quando fazemos qualquer coisa, quando ficamos lado a lado...Eu gosto.
As rosas brotam do chão de cimento
As palavras nascem de um esquecimento.

Avenidas entrecortadas por flores
As gargalhadas surgindo de dores.

A cama de repouso feita de espinhos
A estrada repleta de "descaminhos".

É assim que está!

E se melhorar, piora.
A esperança (insistente, até), fora-se
E, no mais - todos - (nós?). Foda-se!
O cãozinho Jaé, sobe a escada sozinho
Tenta alcançar um passarinho.
O coitado anda com fome
Já não lembra nem do nome
Só pensa no filé,
O pobre cãozinho Jaé...
Desiste da missão impossível
"Passarinho tem mesmo um gosto horrível!
Que tal uma carne-assada?
Ou até mesmo ensopada?"
Exigente ele não é; o cãozinho Jaé.
Já é pode ser o cidadão,
Aquele que só olha pro chão,
Que não é, mas leva vida de cão.
Que se comer passarinho
Fica feliz, faz até festa.
Nada mesmo lhe resta,
Afinal:
Só mesmo serviu
Pra ser rima infatil
Dessa poesia vil...