27 de abril de 2009

Eu não abro os olhos por medo do que virá
Eu mantenho-os fechados pelo o que não existe.
Eu sustento a ambigüidade das minhas dúvidas
hora sim, hora não.
Sinto medo do incerto e de pôr os pés no chão;
é voar e ter medo de avião .
Não cultivo o silêncio à toa:
Sinto pena do que Sinto
da minha indecisão
do meu orgulho dilatado
engasgado
em vão!...
Colhi as falas dos sonhadores que me sondam;
o discurso dos que vivem de ilusão;
o bravar de quem grita a arte pra multidão!
Me senti cansada!
Cansada e humilhada por não ser...
por não ser nada.
Por não ter a arte na palma da mão,
fechar os olhos e não ver idéias,
criatividade,
esplosão!!!
Nada, nada, nada...
Senti raiva dos artistas,
músicos,
palhaços,
pintores,
cantores,
artesãos,
escritores,
pensadores e de todos os "etceteras".

Para a melhor amiga

Doce menina que sorri da falta de graça da vida!
Corre contra tudo e contra todos, odeia não se sentir amada, quando na verdade busca o "não-amor" - coisas dela...
Finge a vida quando quer e ao acordar, chora pelo o que não existiu.
Sente que não é compreendida, mas é a lei da vida, pra todos nós, sempre te disse, cara amiga.
Não que eu saiba o caminho, eu que, tantas vezes no seu cólo chorei por conta dos meus "descaminhos"... Mas de uma coisa sei, que bom que você, por mais que tente, não muda!
Quebra a cara, é uma chorona, carrancuda! Sempre... Porém, sabe provar o fél que o mundo oferece com a irônia de um pirata - sendo mulher! - navega por mares obscuros e sempre retorna ao "de rosas"..
Mar de rosas, que te causa monotonia (eu sei). Da vida queres o extremo, a mudança.
Só não mude
Você,
não mude...

Para o maior amor...

O garoto do violão. Sempre será, agora é!
É mais fácil descrevê-lo (se isso for possível) em termos musicais, que de qualquer outra forma. Não possui uma fôrma. Troca a casca, mas não o fruto. Muda e é o mesmo.
Toca (com seus acordes pessoais) os que o cercam. E isso causa-me calafrios de ciúmes (bons e intensos), uns tremores que vão da boca à espinha dorsal. É, de fato, um ser especial.
Às vezes, sofre a sua "desto'-'ânsia" de existir (por si próprio e pelos outros), porque sente, em certas ocasiões, para além d'alma. Difícil de explicar (e de entender), talvez nem ele mesmo o faça. Mas faz-se assim completo! Como na música, é esse o seu conjunto - aglomerado de "eles-mesmo": um ser especial...

O que não foi canção

Te fotografei
do início ao fim de tudo que eu olhei
Eu sei
sua paisagem não foi feita para mim...
Mas e se eu revelar
em filmes pretos/brancos (se eu variar?)
seu corpo pelo avesso conseguir virar
será que um dia eu mudo esse fim?...
Te guardei
corpo e (em) forma e até cheiro
eu guardei
na moldura do meu quarto eu deixei
"um olhar
triste
fixo em mim..."

Saindo do Metrópolis

Luz silenciosa
Peito preso, pobre
Beleza nobre.
Um filme em câmera lenta
tenso, denso.
Luz silenciosa
que grita
agita
marca o peito
Dói fundo, corta!
Sentimento engasgado
imagem congelada
do que somos
ou do que
nunca seremos...