8 de dezembro de 2007

Cada vez que me decepciono com alguém, é um pedacinho de mim que vai embora... Sinto raiva, nem tanto pela decepção em si, mas por me levarem algo que me pertencia, muito valioso, que eu confiara a alguém, mas que na decepção se apossou do que antes era meu.
Muito valioso porque ainda que eu nomeie como algo uno, não o é: é um misto de esperança, amor, confiança e amizade que estão ali. E sinto raiva por não saber tomar de volta, por não impedir que me levem essa parte...
Se soubessem como é doloroso reconstruir aquele pedaço, talvez não haveria tantas decepções por espaços vazios. Mas a vida é assim: dos que perdem, dos que roubam. Só não existe um guia mágico pra saber quem é quem. Você sabe?

5 de dezembro de 2007

Concluo afinal que toda poesia é triste...
Ainda que disfarce, ainda que sorria, a poesia é triste...
Tristes somos nós, poetas.
Como não haveríamos de fazer poesias tristes? Sendo nós, donos das mãos que escrevem todos esses sentimentos chorosos?
Não temo ao tolo que se engana, achando negativos no fato de Ela ser triste. Pois não os há!
Há beleza em tudo: inclusive na tristeza.
E a poesia precisa dela, essa pitada de melancolia eterna e viciante.
A poesia alegre é triste, assim como a irônica, a cômica, a romântica, a concreta, a abstrata...
Porque elas vêm de nós: poetas!... e tristes...

7 de julho de 2007

Signo de Libra 23/09 a 22/10

descrição:
Características: Diplomata, artístico, sociável, conciliador, romântico, indeciso, dependente, etc…Os Librianos fazem de tudo para não precisar magoar alguém, porque costumam se projetar nos outros, a maioria segue a citação "faça aos outros o que gostaria que os outros fizessem a você". São diplomatas perfeitos, conciliadores por excelência que sempre pesam os prós e contras antes de tomar uma decisão, com todo o cuidado para não cometerem injustiças.Os Librianos vivem a vida toda em busca de relacionamentos, e embora eles tenham muita necessidade de companhia humana, em todos os níveis, não suportam ambientes onde as pessoas façam muito barulho, para eles o equilíbrio é sempre fundamental. Para os Librianos vale mais uma vida solitária do que uma situação de conflito. Em um ambiente tenso eles podem sofrer crises de depressão.Os Librianos destacam-se pelo seu imenso poder de seduçãoEles amam pelo prazer de amar, e amam principalmente aquilo que é belo.

30 de maio de 2007

Opostos

Se não houvessem lágrimas, não haveria - quem sabe - a felicidade que o bem que foi tirado causara outrora...
A ambigüidade coberta de vaidade, inavade o covarde coração egoísta! Vulnerabilidade(s)!
Sinta o sabor dos sonhos em trufas de riso escandaloso. São docinhos delicados de festas infantis - sonhos!
É por isso que o canto dos elfos anuncia: "indispensável é o sorriso, porém, humanas são as lágrimas. Ambos se unem (completos e repletos) e são cônjuges eternos...".
Ingerimos o riso e as lágrimas e os doces. Colocamos na balança do gozo dos sentimentos, este e aquele. E apreciamos...
Então, fiquemos ali sentandos, observando a maravilha da complexidade dos sentimentos, do mundo, de nós mesmos!
Ria "chorolosamente" e chore "riamente"! Inverta, invente, "involuntarize"! São seus e nossos, os sentidos, os sinais e os sentimentos; coma-os!

22 de maio de 2007

Deixa pra lá...

Deixa, se fosse sempre assim quente
Deita aqui perto de mim
Tem dias que tudo está em paz
E agora os dias são iguais

Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas não venha me roubar

Vamos brincar perto da usina
Deixa pra lá, a angra dos reis
Por que se explicar se não existe perigo?

Senti teu coração perfeito batendo à toa
E isso dói
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas não venha me roubar

Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi
Mesmo se as estrelas começassem a cair
A luz queimasse tudo ao redorE fosse o fim chegando cedo
E você visse o nosso corpo em chamas

Deixa pra lá
Quando as estrelas começarem a cair
Me diz, me diz pra onde é que a gente vai fugir?

(Angra dos Reis - Legião Urbana) Táva faltando a música que deu nome ao blog, mas veio num dia bom! "Degustem" e sintam!

Hematomas...

Hoje é o dia da desilusão. Das promessas não cumpridas. Do sonho que não se realizou. Nada de “perfeccionismo” e “foram felizes para sempre”... E está bom assim. Tudo bem!
Temos sempre aquele bom e velho ditado com sabor de aspirina: “o que não tem remédio, remediado está”... O que dói é a consciência disso tudo: um assistir - de olhos fechados - à catástrofe que é... Tudo!
Chega... Enfim... Não é um dia de confetes, nem de purpurinas. E há dias assim, porque eles têm de haver... Então só nos resta parar. E ver, porque é preciso ver.... Enfim, chega. Chega, enfim!!!

9 de maio de 2007

Jardim II

Estou sentanda num jardim imaginário. Um jardim japonês. E tem o garfo, a areia e a terapia...
Faço desenhos, longos, desconexos. Examino. Apago. Acho graça do meu ócio. Surge uma gueixa, ela pega em minha mão, alisa meus cabelos. Fico tímida. Ela é alta e pálida. Há tambem um sorriso, mas é falso, desenhado com batom. O jardim cresce. E nós decrescemos. Brincamos juntas formulando desenhos entrecortados no pó. Caímos exaustas e nos vemos crianças. Ela fala da vida que viverá e eu da minha. Agradeço-lhe por voltar à infância. Ela ri com desdém, diz que digo o mesmo todos os anos... Não entendo! Ela diz: feliz aniversário!

Jardim I

Jardim alegre e infinito
De palavras escassas, mas belas
As flores com as letras, o atrito
Desses nobres poemas que formam primaveras.

Primaveras que formam poemas, nada mais
Cores e formas casando rítimos e beleza
Um cheiro de escrita e natureza
Poemas que formam primavera, tanto faz.

Eu sonho e planto e cultivo
As minha letras e poemas
Temas, lemas, fonemas...

Balde ilustre de tinta e inspiração:
Banhe o papel, a caneta, os anseios
Dos insaciáveis leitores jardineiros!

26 de abril de 2007

Liebe, amour, amore, amor...

Somos todos loucos e vivemos a pensar no Amor!
Sonhamos o Amor e fazemos d’Ele objeto de nossas maiores frustações. Indigente!
Por que a perfeição? – ele pergunta.
Porque somos egoístas, oras! – respondemos nós.
Será por isso que ele tem ficado triste? É aí que ele se torna vulgar?...
E o “Eu te amo”? Oh! É a coita do trovador angustiado: tem sido vago, distante, irreal, de tantas trivialidades.
Ai de nós: “banalizadores” crônicos, amantes do Amor, marionetes dos sentimentos, pecadores do exagero...
É. Somos todos loucos! Sou louca!...
Concluo afinal, que a única conclusão...é amar?
Amar, pura e simplesmente, sem exclamação. Egoístas...

19 de abril de 2007

Nada

Confronto entre presente e nostalgia...

Tristeza leve e dissimulada...

Sorrisos forçados e espaçados...

Fina como o “Bilbo” e esparramada como a manteiga no pão...

Vontade de chopp até tarde, sem a preocupação do amanhã...

Vontade de escrever, pintar, esculpir, cantar, dançar, beber, rodar, interpretar a minha vida, hoje e sempre...

Canto a nostalgia de hoje como quem chora sem lágrimas por uma causa que tinha que acabar...

O mito do eterno!

O vai, o vem e o vice-versa...

E a caminhada que pesa como chumbo, aborrece como criança mimada, causa estrago como carro desgovernado...

E essa imensa vontade de dormir. E sonhar sonhos incompreensíveis, intraduzíveis: como a própria vida...

10 de abril de 2007

Horas em que nos sentimos assim...

De tarde quero descansar, chegar até a praia
Ver se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção.
Aonde está você agora
Além de aqui, dentro de mim?
Agimos certo sem quere
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo.

Quando vejo o mar
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem
Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim.
Quero ser feliz ao menos.
Lembra que o plano era ficarmos bem?
- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

(L.Urbanda - Vento no Litoral)
João era um homem comum
E o que é ser comum?
Era meio acomodado
Gostava do café meio amargo
Às vezes era mal educado, mas tinha um bom coração.

Não era muito de festas
Lia com paciência poesia moderna
Cantava a mulher do vizinho
Mas gostava mesmo era da Ana da padaria ao lado
Que não lhe dava bola, mas parecia ser boa guria.

Trabalhava só por necessidade
Quando faltava dinheiro ou caso a fome apertasse.
Só andava de roupa engomada
Teimava em fazer cara de macho
Tinha a terrível mania dos jogos, mas destino que é bom muito pouco.

Expirou num domingo de maio
De legado somente a lembrança de um João sem rumo
Como tantos “joãos” ...
Não conseguiu fazer na vida um terço do que almejara
Por causa de um detalhe: seu nome? João. Sobrenome? Brasileiro...

9 de abril de 2007

Subst. Masc. Sing....

Se minhas pernas acompanhassem o progresso do meu Cansaço, certamente não estariam mais andando...
É por isso, que brindo! À vitalidade de minhas pernas e ao descaso do meu Cansaço.
Sorte dele, astuto inimigo, que teve a genialidade de vir em forma de substantivo abstrato. Não fosse por isso, juro pelos meus neurônios que, ainda que ilimitadamente cansada, o pegaria a socos e pontapés, literalmente falando em substantivos mais que comuns...
Mas enquanto isso: ai! Descanso, as pernas e as penas. Penas estas, que só se animam quando Ele, Senhor das minhas enxaquecas, abre alas para esse “tédio-literário”...
Pobres pernas, tédio, penas... Pobre literato – eternos escravos de um substantivo abstrato.

3 de abril de 2007

Brilho de estrelas flutuantes

Brilho de estrelas flutuantes no espaço aberto do meu pensar. São estrelas em tons amarelos, rosas e cinzas. Iluminam as idéias toscas e parcas que sondam, não somente os sonhos, mas os sons... Às vezes, parecem barcos, pois não mais flutuam no céu, mas sim no mar dos meus pensamentos, que lutam entre si e criam ondas, ferozes e saudosas...
Brilho de estrelas flutuantes... E essa dor dissimulada que é viver. E essa grande incompreensão do mundo... Mundano... Um imenso e intenso girar de olhos despreocupados e virar de páginas inacabadas. Olhos alheios ao mundo e ao modo. Páginas vazias...
Brilho de estrelas flutuantes... Sentido? Não, nenhum, grata! Só uma tristezinha com gosto de domingo à noite que contagia as palavras. Pois estas saem sem premeditação; escoam: lanço de um cérebro em náusea.
Brilho de estrelas flutuantes... Tontura...

2 de abril de 2007

N'algum lugar

Desconfortante e cansativo... O ventilador gira em tic-tac... Na janela pululam bruxinhas entediadas... Ele? Discursa e tenta ser engraçado... Os presentes riem... De mim? Para mim?... E um calor finalmente derrete as paredes. Daí surge a lua: triste e bela, como as luas têm que ser. Somos banhados pela chuva de mormaço e de bruxinhas. Elas têm fome! Sonham com carne jovem e suculenta. Mas a carne está podre...e suada. Pobres bruxinhas! Nem se dão conta da lua, assim como eu... Risinhos debochados. E o tic-tac é eterno, cansativo e desconfortante...