30 de maio de 2007

Opostos

Se não houvessem lágrimas, não haveria - quem sabe - a felicidade que o bem que foi tirado causara outrora...
A ambigüidade coberta de vaidade, inavade o covarde coração egoísta! Vulnerabilidade(s)!
Sinta o sabor dos sonhos em trufas de riso escandaloso. São docinhos delicados de festas infantis - sonhos!
É por isso que o canto dos elfos anuncia: "indispensável é o sorriso, porém, humanas são as lágrimas. Ambos se unem (completos e repletos) e são cônjuges eternos...".
Ingerimos o riso e as lágrimas e os doces. Colocamos na balança do gozo dos sentimentos, este e aquele. E apreciamos...
Então, fiquemos ali sentandos, observando a maravilha da complexidade dos sentimentos, do mundo, de nós mesmos!
Ria "chorolosamente" e chore "riamente"! Inverta, invente, "involuntarize"! São seus e nossos, os sentidos, os sinais e os sentimentos; coma-os!

22 de maio de 2007

Deixa pra lá...

Deixa, se fosse sempre assim quente
Deita aqui perto de mim
Tem dias que tudo está em paz
E agora os dias são iguais

Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas não venha me roubar

Vamos brincar perto da usina
Deixa pra lá, a angra dos reis
Por que se explicar se não existe perigo?

Senti teu coração perfeito batendo à toa
E isso dói
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas não venha me roubar

Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi
Mesmo se as estrelas começassem a cair
A luz queimasse tudo ao redorE fosse o fim chegando cedo
E você visse o nosso corpo em chamas

Deixa pra lá
Quando as estrelas começarem a cair
Me diz, me diz pra onde é que a gente vai fugir?

(Angra dos Reis - Legião Urbana) Táva faltando a música que deu nome ao blog, mas veio num dia bom! "Degustem" e sintam!

Hematomas...

Hoje é o dia da desilusão. Das promessas não cumpridas. Do sonho que não se realizou. Nada de “perfeccionismo” e “foram felizes para sempre”... E está bom assim. Tudo bem!
Temos sempre aquele bom e velho ditado com sabor de aspirina: “o que não tem remédio, remediado está”... O que dói é a consciência disso tudo: um assistir - de olhos fechados - à catástrofe que é... Tudo!
Chega... Enfim... Não é um dia de confetes, nem de purpurinas. E há dias assim, porque eles têm de haver... Então só nos resta parar. E ver, porque é preciso ver.... Enfim, chega. Chega, enfim!!!

9 de maio de 2007

Jardim II

Estou sentanda num jardim imaginário. Um jardim japonês. E tem o garfo, a areia e a terapia...
Faço desenhos, longos, desconexos. Examino. Apago. Acho graça do meu ócio. Surge uma gueixa, ela pega em minha mão, alisa meus cabelos. Fico tímida. Ela é alta e pálida. Há tambem um sorriso, mas é falso, desenhado com batom. O jardim cresce. E nós decrescemos. Brincamos juntas formulando desenhos entrecortados no pó. Caímos exaustas e nos vemos crianças. Ela fala da vida que viverá e eu da minha. Agradeço-lhe por voltar à infância. Ela ri com desdém, diz que digo o mesmo todos os anos... Não entendo! Ela diz: feliz aniversário!

Jardim I

Jardim alegre e infinito
De palavras escassas, mas belas
As flores com as letras, o atrito
Desses nobres poemas que formam primaveras.

Primaveras que formam poemas, nada mais
Cores e formas casando rítimos e beleza
Um cheiro de escrita e natureza
Poemas que formam primavera, tanto faz.

Eu sonho e planto e cultivo
As minha letras e poemas
Temas, lemas, fonemas...

Balde ilustre de tinta e inspiração:
Banhe o papel, a caneta, os anseios
Dos insaciáveis leitores jardineiros!