21 de novembro de 2006

Um triste...

Todas as manhãs ele toma seu café religiosamente às seis, mas não se dá mais ao trabalho de imaginar como será seu dia.
Sempre aquela mesma sensação de ser um corpo estranho no ambiente em que vive. Na verdade, nada disso importa mais: dançar conforme a música ou se destoar de todo o contexto. Ser mais um ou não ser ninguém ou ambos, indiferente...
E é isso...
A noite vem acompanhada de alívio e nostalgia.
Ele não quer pensar. Mas e as lembranças daquilo tudo que não aconteceu??? "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"? É esse o incomodo? Saudade daquilo que não existiu?
Paciência amigo! Daí nem as lágrimas - artifício da alma que não surte mais efeito pra ti - aliviam esse desconsolo.
O peito começa a ficar apertado, as lembranças continuam se formando, assumindo um desenho cada vez mais nitído e inquietante, os olhos vão ficando pesados.
Uma leve dormência no corpo, um pequeno torpor.
Ele só pede uma noite sem sonhos...

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