10 de abril de 2007

João era um homem comum
E o que é ser comum?
Era meio acomodado
Gostava do café meio amargo
Às vezes era mal educado, mas tinha um bom coração.

Não era muito de festas
Lia com paciência poesia moderna
Cantava a mulher do vizinho
Mas gostava mesmo era da Ana da padaria ao lado
Que não lhe dava bola, mas parecia ser boa guria.

Trabalhava só por necessidade
Quando faltava dinheiro ou caso a fome apertasse.
Só andava de roupa engomada
Teimava em fazer cara de macho
Tinha a terrível mania dos jogos, mas destino que é bom muito pouco.

Expirou num domingo de maio
De legado somente a lembrança de um João sem rumo
Como tantos “joãos” ...
Não conseguiu fazer na vida um terço do que almejara
Por causa de um detalhe: seu nome? João. Sobrenome? Brasileiro...

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